Introdução
Atualmente, é unânime considerar que a creche representa, para além da família, um contexto primordial de cuidados e de educação para muitos bebés e crianças pequenas. De facto, de acordo com os dados do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (2011), apesar de a taxa de cobertura da rede nacional de creches/amas ter vindo a aumentar substancialmente nos últimos anos (35% em 2010), a taxa de ocupação das creches continua muito elevada (89% em 2010).
A entrada dos bebés neste contexto constitui um momento de transição crítico e complexo não só para os bebés, mas também para as respetivas famílias (Balaban, 2011; Daniel & Shapiro, 1996; Merril, 2010; Rapoport & Piccinini, 2001a), particularmente para aquelas que ainda estão a adaptar-se à chegada do primeiro filho (Merrill, 2010).
Os bebés e crianças que frequentam pela primeira vez a creche experimentam um conjunto de mudanças que vão para além da separação da família e que requerem a sua adaptação, nomeadamente, ao espaço e sua organização, às rotinas e às pessoas com quem interagem (Datler, ErekyStevens, HoverReisner, & LarsErik Malmberg, 2012; Fernandez, 2004). Tendo por base os resultados de vários estudos, Shpancer (2002) destaca, de forma sucinta, as principais diferenças existentes a nível de características de estrutura e de processo entre os contextos familiar e de creche, nomeadamente: (a) no contexto familiar as crianças tendem a obter mais atenção por parte dos adultos (Melhuish, Mooney, Martin, & Lloyd, 1990); (b) as creches oferecem às crianças mais oportunidades a nível das interações com pares (Clark-Stewart, 1991) e com diferentes adultos (Howes, 1983); (c) nas creches existe um maior número de materiais didáticos e de construção, assim como conversas e atividades de ensino, em comparação com o contexto familiar (Clark-Stewart, 1991); (d) é mais provável que os profissionais das creches tenham formação a nível do desenvolvimento infantil do que pais (Goelman & Pence, 1987).
O estudo da transição dos bebés do contexto familiar para a creche pode ser enquadrado pelo modelo ecológico do desenvolvimento humano proposto por Urie Bronfenbrenner (1979). De acordo com este quadro teórico-conceptual, os contextos do desenvolvimento humano podem ser organizados segundo uma hierarquia de sistemas interligados, de progressiva complexidade e abrangência – o microssistema, o mesossistema, o exossistema e o macrossistema (Bronfenbrenner, 1979; cf. figura 1), enfatizando-se a importância de se considerarem os vários contextos que influenciam e são influenciados pela criança.
Figura 1. Modelo bioecológico (adaptado de Bronfenbrenner, 1979)
Assim, para compreender melhor o processo de transição dos bebés do contexto familiar para a creche, importa focar a atenção nas especificidades relacionadas com este processo a nível do bebé e de cada um dos contextos mais imediatos (microssistemas) e com as transações existentes entre eles (mesossistema), ainda que se reconheça a influência dos contextos mais distais (exosistema e macrosistema).
Neste sentido, partindo da análise de literatura na área, Daniel e Shapiro (1996) chamam a atenção para algumas questões relacionadas com a experiência da transição do contexto familiar para a creche a nível dos bebés, pais e profissionais. No que se refere ao bebé, os autores referem que a entrada na creche constitui um enorme desafio desenvolvimental, uma vez que implica o estabelecimento de novas relações com outros prestadores de cuidados num contexto completamente distinto numa fase em que ainda se encontram a construir relações de vinculação com os principais prestadores de cuidados no contexto familiar. Consequentemente, neste microssistema, deve existir uma preocupação com a resposta adequada a este desafio, assegurando condições instigadoras do estabelecimento de relações próximas com os prestadores de cuidados no contexto de creche, nomeadamente, estabilidade no pessoal da sala, profissionais empáticos, consistentes nas interações e responsivos às características individuais e necessidades dos bebés (Balaban, 2011; Daniel & Shapiro, 1996), assim como profissionais que reconheçam e legitimem as emoções negativas experienciadas por estes em resposta a situações potencialmente angustiantes (Balaban, 2011).
No que concerne à família, Daniel e Shapiro (1996) referem que, além de um serviço de qualidade, os pais esperam dos prestadores de cuidados da creche a garantia do bem-estar do bebé, um diálogo aberto e contínuo, a confirmação do seu bom desempenho enquanto cuidadores, em alguns casos e, noutros, respostas às dificuldades com que se confrontam no dia-a-dia relativamente aos cuidados e educação do bebé. É igualmente importante considerar as necessidades dos profissionais. Perante uma tarefa tão exigente, condições de trabalho estáveis (e.g., baixa taxa de rotatividade do pessoal), formação em desenvolvimento infantil e uma liderança que forneça linhas orientadoras e esteja disponível para apoiar a sua ação junto de cada bebé e respetiva família são entendidas como condições potenciadoras da capacidade dos profissionais para lidar com as experiências de transição dos bebés e respetivas famílias (Daniel & Shapiro, 1996).
A forma como os bebés experienciam a transição depende também das dinâmicas de interação significativas entre os seus contextos de desenvolvimento (mesossistema). Neste sentido, os pais e os profissionais da creche devem criar e manter uma relação de proximidade e de cooperação para que, em conjunto, possam assegurar a continuidade entre os contextos de desenvolvimento e apoiar o bebé ou a criança pequena no desafio particularmente complexo que é o processo de transição do contexto familiar para a creche (Fernandez, 2004). Por conseguinte, a literatura recomenda que as instituições realizem o planeamento cuidadoso e a implementação de um conjunto variado de práticas de transição, atendendo às características individuais de todos os intervenientes neste processo (e.g., Balaban, 2011; Daniel & Shapiro, 1996; Segurança Social, 2010; O’Connor, 2013). Assumindo que o processo de transição tem início antes da entrada do bebé na creche, a figura 3 apresenta, de forma sucinta, uma listagem de práticas facilitadoras desta transição recomendadas pela literatura, organizadas de acordo com o momento do processo: antes da entrada ou durante os primeiros dias de frequência da creche.
Figura 2. Práticas de transição para a creche recomendadas na literatura
Em Portugal, a Segurança Social, através do Manual de Processos-Chave para a Creche (2010; referente para a avaliação desta valência), reconhece a importância do processo de transição, considerando como uma das áreas-chave o acolhimento das crianças na instituição. Neste documento é disponibilizada informação detalhada a nível dos procedimentos que devem ser desenvolvidos pelas instituições, recomendando a definição e implementação de um programa de acolhimento para cada criança.
O nosso interesse específico pela transição dos bebés para a creche foi incentivado, não só pela clara evidência de que esta fase representa um momento decisivo que pode influenciar consideravelmente a aprendizagem e desenvolvimento posteriores, mas também pela escassez de estudos conhecidos que abordem as práticas de transição de bebés para a creche (e.g., Fernandez, 2004). Do nosso conhecimento, até à data, em Portugal não existe qualquer estudo publicado acerca do tema. Assim, considerando a pertinência, a atualidade e a escassez de conhecimento acerca desta problemática, o objetivo do presente estudo é conhecer as práticas de transição dos bebés do contexto familiar para a creche, implementadas em instituições da grande área metropolitana do Porto, assim como a utilidade destas práticas tal como percebida pelos profissionais de educação a desempenhar funções de educação em salas de bebés.
Método
Enquadramento geral
Os dados utilizados no presente estudo foram recolhidos no âmbito do projeto de investigação Transição dos bebés para a creche: comunicação família-creche, qualidade dos contextos e adaptação do bebé [FCOMP-01-0124-FEDER-029509; FCT PTDC/MHC-CED/4007/2012].
Assente numa abordagem bioecológica do desenvolvimento humano (Bronfenbrenner & Morris, 1998), este projeto, desenvolvido na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade em parceria com a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto, tem como principal objetivo investigar a transição do bebé para a creche no primeiro ano de vida, examinando em que medida variáveis da criança, família, da creche e a comunicação pais-cuidadores influenciam a qualidade da adaptação do bebé (i.e., envolvimento, comportamento adaptativo, bem-estar). Especificamente pretende-se a) descrever as experiências na creche durante o período de transição, a nível da qualidade da sala e das práticas de transição; b) analisar a comunicação pais-profissionais e a sua associação à adaptação da criança ao longo do tempo; e c) verificar se a adaptação da criança à creche está associada às características da creche, ao ambiente familiar e à comunicação pais-cuidadores, controlando variáveis da criança (para mais informação, consultar http://familiacreche.ese.ipp.pt).
No sentido de operacionalizar este trabalho, em maio de 2013, foram sequenciadas, através de uma listagem de números aleatórios, as 418 creches (147 privadas com fins lucrativos e 271 privadas sem fins lucrativos) que de acordo com os dados apresentados no website do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social (Gabinete de Estratégia e Planeamento / Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social; http://www.cartasocial.pt/index1.php), faziam parte da grande área metropolitana do Porto.
Após este procedimento, os diretores das instituições foram contactados conforme essa sequência até se obter o consentimento para participação de 90 creches que cumprissem os seguintes critérios: (a) ter pelo menos uma sala para bebés; e (b) ter inscrição de bebés que iniciassem a frequência da creche entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014, com idade compreendidas entre 4 e 9 meses. Apenas 49 creches com fins lucrativos e 188 sem fins lucrativos cumpriam os critérios.
Participantes
Participaram neste estudo 90 profissionais de educação a desempenhar funções em salas de bebés em creches da grande área metropolitana do Porto (8 instituições com fins lucrativos e 82 Instituições Particulares de Solidariedade Social – IPSS; 49 instituições localizadas em zona urbana e 41 instituições localizadas em zona não urbana). O quadro 1 apresenta as características dos participantes e das salas onde desempenhavam funções.
Quadro 1
Características dos Profissionais Participantes e das Salas
M | DP | Min.-Max. | |
Profissionais | |||
Idade | 42.53 | 9.97 | 20-64 |
Anos de educação formal | 11.10 | 3.64 | 4-17 |
Anos de experiência profissional em creche | 8.36 | 6.50 | 0.08-37 |
Salas | |||
Tamanho do grupo | 6.38 | 2.34 | 1-12 |
Número de adultos | 2.00 | 0.60 | 1-3 |
Número de crianças por adulto | 3.38 | 1.49 | 1:1-8:1 |
Todos os participantes eram do sexo feminino, tendo em média, aproximadamente, 43 anos (DP = 9.97). Os profissionais tinham entre 4 e 17 anos de escolaridade (M = 11.10; DP = 3.64), sendo 7 educadores de infância e 83 auxiliares de educação. O tempo médio de experiência profissional em contexto de creche dos participantes era de 8.36 anos (DP = 6.50), variando entre 0.08 e 37 anos.
Relativamente às salas onde os participantes desempenhavam funções, o número de crianças variou entre 1 e 12 e o número de adultos entre 1 e 3, sendo o número médio de crianças por adulto de 3.38 (DP = 1.49).
Medidas
Os dados utilizados no presente trabalho foram obtidos a partir das seguintes medidas:
Questionário sobre características estruturais – Berçário (QSCE-B; ECCE Study Group, 1997, adaptação de Barros, Pessanha, Pinto, & Cadima, 2013). Esta medida permite recolher dados sobre características sociodemográficas dos profissionais, entre elas, idade, estado civil, escolaridade, profissão, formação, anos de experiência profissional, salário, bem como informações relevantes relativas a características das salas onde estes profissionais desempenham as suas funções.
Questionário sobre práticas de transição dos bebés para a creche (QPTBC; Peixoto, Pinto, & Barros, 2013). Esta medida permite recolher informação sobre as práticas de transição dos bebés do contexto familiar para a creche. Para a sua construção teve-se como referência literatura e alguns instrumentos utilizados em trabalhos de investigação neste domínio, como por exemplo, o Transition Practices Survey (NCEDL, 1996), assim como as recomendações da Segurança Social no que respeita ao acolhimento de crianças em creche, operacionalizadas no Manual de Processos-Chave para a Creche (Segurança Social, 2010). Após o processo de análise e de redação das questões/itens, do formato de resposta e das respetivas instruções, seguiu-se a pilotagem do instrumento junto de auxiliares de ação educativa e de educadores de infância com experiência em creche que não faziam parte da amostra do estudo, no sentido de averiguar a sua pertinência e clareza, assim como refinar o conteúdo dos itens e formato de resposta.
A versão final do questionário inclui uma listagem de 25 práticas que facilitam a transição dos bebés do contexto familiar para a creche. Para cada uma das 25 práticas incluídas no questionário, foi solicitado aos profissionais que respondessem a duas questões. Em primeiro lugar, foi solicitado que assinalassem se aquela prática era realizada ou se não era realizada na creche onde trabalhavam. Em segundo lugar, foi solicitado que indicassem o que pensavam sobre cada uma das práticas listadas: (a) não é necessária; (b) é uma boa ideia; ou (c) é uma boa ideia, mas existem constrangimentos à sua implementação.
Assumindo que o conjunto de práticas de transição incluídas no presente questionário não constitui uma listagem exaustiva, adicionaram-se duas questões abertas, oferecendo aos profissionais a possibilidade de acrescentarem outras práticas que implementam e que consideram necessárias para facilitar a transição dos bebés para a creche.
Finalmente, foi solicitado aos profissionais que indicassem, de uma listagem apresentada, quais os constrangimentos que, na sua opinião, impediam a implementação das práticas que indicaram como “é uma boa ideia, mas existem constrangimentos à sua implementação”.
Procedimento de recolha de dados
A recolha de dados decorreu de setembro de 2013 a março de 2014. Assim, entre a segunda e a quarta semana de frequência da creche por parte dos bebés participantes no estudo mais alargado referido anteriormente, procedeu-se ao preenchimento dos dois questionários, sob o formato de entrevista, junto do profissional que passava mais tempo na sala com os bebés.
Resultados
Práticas de transição implementadas
Tal como referido anteriormente, foi solicitado, em primeiro lugar, aos profissionais que indicassem, de uma listagem constituída por 25 itens, as práticas de transição que eram realizadas e aquelas que não eram realizadas na creche onde trabalhavam.
No que se refere ao número total de práticas de transição, os participantes reportaram implementar, em média, 20.44 práticas (DP = 2.84), variando entre 12 e 25. Tal como é possível verificar na figura 3, mais de metade dos participantes indicaram desenvolver entre 21 e 25 práticas de transição.
Figura 3. Percentagem de práticas de transição para a creche implementadas
Foram calculadas as frequências registadas em cada uma das práticas de transição, de acordo com o momento do processo de transição: antes da entrada ou durante os primeiros dias de frequência da creche. Relativamente à fase prévia à entrada dos bebés na creche (cf. quadro 2), verifica-se que, do conjunto de práticas apresentadas no QPTBC (Peixoto et al., 2013), convidar a família a passar algum tempo com o bebé na sala que ele vai frequentar e registar o que a família pensa que se deve fazer para facilitar a adaptação do bebé à creche, constituem práticas de transição com menor expressão em termos de percentagem (60% e 65.5%, respetivamente). Todas as outras práticas parecem ser implementadas na maioria das creches (i.e., entre 91.1% e 100%) que participaram no presente estudo.
Quadro 2
Práticas Implementadas Antes da Entrada do Bebé na Creche e Utilidade Percebida
É implementada | Utilidade percebida | |||
Não é necessária | É uma boa ideia | É uma boa ideia, mas… | ||
n (%) | n (%) | n (%) | n (%) | |
1. A direção e/ou equipa técnica reúne com a família para obter informação relevante sobre o bebé e respetiva família. | 88 (97.8) | 1 (1.1) | 86 (95.6) | 3 (3.3) |
2. A direção e/ou equipa técnica informa oralmente a família sobre a filosofia da creche, os serviços e as atividades disponibilizados na instituição. | 90 (100) | 0 (0) | 90 (100) | 0 (0) |
3. A direção e/ou equipa técnica fornece à família informação escrita sobre a filosofia da creche, os serviços e as atividades disponibilizados na instituição. | 82 (91.1) | 0 (0) | 82 (97.6) | 2 (2.4) |
4. A família é convidada a conhecer a sala que o bebé vai frequentar. | 90 (100) | 0 (0) | 89 (98.9) | 1 (1.1) |
5. A família é convidada a passar algum tempo com o bebé na sala que ele vai frequentar. | 54 (60) | 21 (25.9) | 50 (61.7) | 10 (12.3) |
6. A família conhece/é apresentada aos profissionais que irão lidar mais direta e frequentemente com o bebé. | 81 (90) | 1 (1.2) | 85 (98.8) | 0 (0) |
7. A família é informada sobre os procedimentos ao nível do acolhimento diário da criança (ex., onde a família deve entregar a criança e colocar os objetos pessoais, a necessidade de informar sobre eventuais problemas da criança ocorridos na véspera). | 89 (98.9) | 0 (0) | 89 (100) | 0 (0) |
8. Os profissionais que irão lidar mais direta e frequentemente com o bebé têm acesso a informação relevante sobre o bebé e respetiva família. | 84 (93.3) | 0 (0) | 87 (98.9) | 1 (1.1) |
9. Além da ficha de inscrição, são preenchidos com a família documentos com informação relevante sobre o bebé e respetiva família. | 81 (92) | 1 (1.2) | 82 (98.8) | 0 (0) |
10. É registado o que a família pensa que se deve fazer para facilitar a adaptação do bebé à creche. | 57 (65.5) | 9 (10.8) | 65 (78.3) | 9 (10.8) |
(*)
No que se refere às primeiras semanas de frequência da creche (cf. quadro 3), a maior parte dos participantes (i.e., entre 82.2% e 100%) relatou a implementação das seguintes práticas: realizar a entrada do bebé de acordo com uma calendarização pré-estabelecida e acordada com a família; incentivar a família a aumentar o tempo de permanência do bebé na sala de forma gradual; permitir que o bebé utilize na creche o(s) seu(s) objeto(s) de conforto preferido(s); permitir que a família telefone ou visite a sala para saber como está o bebé, sempre que sentir necessidade; incorporar nas rotinas da sala as rotinas de cuidados desenvolvidas na família; prestar informações diariamente à família sobre a forma como está a decorrer a adaptação do bebé à creche; procurar saber a forma como a família está a lidar com a transição do bebé para a creche.
Quadro 3
Práticas Implementadas Durante as Primeiras Semanas e Utilidade Percebida
É implementada | Utilidade percebida | |||
Não é necessária | É uma boa ideia | É uma boa ideia, mas… | ||
n (%) | n (%) | n (%) | n (%) | |
11. A entrada do bebé na creche é realizada com base numa calendarização pré-estabelecida, acordada com a família. | 82 (91.1) | 3 (3.4) | 78 (89.7) | 6 (6.9) |
12. Existe um profissional previamente escolhido para acolher o bebé e a família no primeiro dia de frequência da creche. | 49 (54.4) | 22 (29.7) | 50 (67.6) | 2 (2.7) |
13. A família é incentivada a aumentar o tempo de permanência do bebé na sala de forma gradual. | 80 (88.9) | 3 (3.4) | 77 (87.5) | 8 (9.1) |
14. É permitido que o bebé utilize na creche o(s) seu(s) objeto(s) de conforto preferido(s) (ex., brinquedo, fralda, cobertor). | 89 (98.9) | 0 (0) | 88 (98.9) | 1 (1.1) |
15. A família é convidada a passar algum tempo na sala, com o bebé, à chegada e/ou à saída. | 57 (63.3) | 16 (19.3) | 57 (68.7) | 10 (12) |
16. É permitido que a família visite a sala para saber como está o bebé, sempre que sentir necessidade. | 74 (82.2) | 10 (11.8) | 69 (81.2) | 6 (7.1) |
17. É permitido que a família telefone para saber como está o bebé, sempre que sentir necessidade. | 90 (100) | 3 (3.3) | 86 (95.6) | 1 (1.1) |
18. Os profissionais que lidam mais direta e frequentemente com o bebé conhecem as rotinas de cuidados desenvolvidas na família e incorporam-nas nas suas práticas (ex., forma como a criança é alimentada, acalmada, adormecida). | 90 (100) | 0 (0) | 87 (96.7) | 3 (3.3) |
19. Diariamente, são prestadas informações à família sobre a forma como está a decorrer a adaptação do bebé à creche. | 90 (100) | 0 (0) | 90 (100) | 0 (0) |
20. É prestado apoio à família quando o bebé demonstra dificuldades em se adaptar à creche, sendo que as situações mais complexas são encaminhadas para apoio especializado. | 69 (76.7) | 6 (7.1) | 77 (90.6) | 2 (2.4) |
21. Para cada bebé, há um profissional que fica com mais responsabilidade na prestação de cuidados, assim como nas interações com o mesmo. | 18 (20.2) | 48 (69.6) | 18 (26.1) | 3 (4.3) |
22. Os profissionais que lidam mais direta e frequentemente com o bebé procuram saber a forma como a família está a lidar com a transição do bebé para a creche. | 86 (95.6) | 2 (2.3) | 85 (97.7) | 0 (0) |
23. É prestado apoio à família quando esta demonstra dificuldades a nível da transição do bebé para a creche, sendo que as situações mais complexas são encaminhadas para apoio especializado. | 63 (71.6) | 9 (10.8) | 70 (84.3) | 4 (4.8) |
24. Após as primeiras semanas de frequência da creche, os profissionais que lidam mais direta e frequentemente com o bebé reúnem com a família para conversarem sobre o modo como este se está a adaptar à creche. | 44 (49.4) | 22 (27.2) | 53 (65.4) | 6 (7.4) |
25. É efetuado um registo acerca do modo como cada bebé se está a adaptar à creche. | 63 (70.8) | 8 (9.8) | 73 (89.0) | 1 (1.2) |
(*)
Com menor expressão, encontram-se as seguintes práticas: a existência de profissional previamente escolhido para acolher o bebé e a família no primeiro dia de frequência da creche (54.4%); convidar a família a passar algum tempo na sala, com o bebé, à chegada e/ou à saída (63.3%); e, reunir com a família após as primeiras semanas de frequência da creche para conversar sobre o modo como o bebé se está a adaptar à creche (49.4%). Note-se, ainda, que menos de 30% dos participantes afirmou existir para cada bebé um profissional com mais responsabilidade na prestação de cuidados, assim como nas interações com o mesmo.
Como foi mencionado anteriormente, os profissionais podiam indicar outras práticas implementadas nas instituições, para além daquelas que constavam do questionário. Foram relatadas pelos participantes as seguintes práticas: permitir que a família visite o bebé à hora do almoço; afixar fotografias da família na sala do bebé; afixar na porta da sala algumas orientações facilitadoras de uma transição bem-sucedida do bebé para a creche (e.g., trazer um objeto familiar, entrada gradual); e recomendar que as famílias tragam a alimentação do bebé de casa nas primeiras semanas.
Utilidade percebida das práticas de transição e constrangimentos à sua implementação
Foi também solicitado aos participantes que indicassem o que pensavam sobre a utilidade de cada uma das práticas listadas, de acordo com o seguinte formato de resposta: (a) não é necessária; (b) é uma boa ideia; ou (c) é uma boa ideia, mas existem constrangimentos à sua implementação.
A análise dos quadros 2 e 3 permite perceber o grau de congruência entre os resultados obtidos a nível da implementação das práticas e a utilidade das mesmas, tal como é percebida pelos profissionais. Em geral, as práticas de transição relatadas como estando a ser implementadas em mais creches foram também aquelas consideradas como “uma boa ideia” pela maioria ou totalidade dos participantes.
Globalmente, entre 25% e 30% dos participantes referiu não considerar necessário implementar as seguintes práticas: convidar a família a passar algum tempo com o bebé na sala que ele vai frequentar, antes da entrada do bebé na creche; e, a existência de um profissional previamente escolhido para acolher o bebé e a família no primeiro dia de frequência da creche; reunir com a família após as primeiras semanas de frequência da creche para conversar sobre o modo como o bebé se está a adaptar à creche. Por sua vez, aproximadamente 70% dos participantes considerou não ser necessário existir para cada bebé de um profissional com mais responsabilidade na prestação de cuidados, assim como nas interações com o mesmo.
Uma pequena percentagem de participantes considerou a existência de constrangimentos à implementação de determinadas práticas (indicadas pelos participantes como “é uma boa ideia, mas existem constrangimentos à sua implementação”), entre elas: convidar a família a passar algum tempo com o bebé na sala que ele vai frequentar, antes da entrada do bebé na creche (12.3%); convidar a família a passar algum tempo na sala, com o bebé, à chegada e/ou à saída (12%); e, registar o que a família pensa que se deve fazer para facilitar a adaptação do bebé à creche (10.8%).
Tal como é possível verificar no quadro 4, foram indicados como obstáculos à implementação de algumas práticas de transição por todos ou pela maioria dos participantes que indicaram a opção “é uma boa ideia, mas existem constrangimentos à sua implementação”, a falta de interesse por parte das famílias, o facto de a implementação destas práticas ocupar demasiado tempo, e outros fatores, como a pouca disponibilidade dos pais por motivos de trabalho ou a falta de recursos humanos.
Quadro 4
Constrangimentos à Implementação de Determinadas Práticas (N = 10)
n (%) | |
Não há uma política clara na instituição acerca da transição dos bebés para a creche | 6 (60) |
A implementação destas práticas ocupa demasiado tempo | 9 (90) |
A implementação destas práticas implica trabalho não suportado pelo salário | 4 (40) |
As famílias não demonstram interesse | 10 (100) |
Outros | 10 (100) |
Os profissionais tiveram a oportunidade de acrescentar outras práticas que consideravam necessárias para facilitar a transição dos bebés para a creche. Apesar de a maior parte dos participantes não ter respondido a esta questão, importa referir as práticas consideradas necessárias por alguns participantes: organizar palestras para os pais sobre os comportamentos dos bebés nas primeiras semanas, agir mais de acordo com o ritmo de cada bebé, maior disponibilidade de materiais didáticos e promover maior participação por parte dos pais.
Discussão
O presente estudo teve como objetivo descrever as práticas de transição dos bebés do contexto familiar para a creche, implementadas em instituições da grande área metropolitana do Porto, assim como conhecer a utilidade destas práticas, tal como é percebida pelos profissionais a desempenhar funções de educação em salas de bebés. Como foi referido anteriormente, é parco o conhecimento acerca desta problemática. Deste modo, os resultados obtidos no presente estudo, embora se assumam como exploratórios, contribuem, no entanto, para um avanço relevante no conhecimento neste domínio.
Em geral, de acordo com os relatos dos participantes, parece estar a ser implementado, em creches da grande área metropolitana do Porto, um conjunto diverso de práticas recomendadas na literatura (e.g., Balaban, 2011; Daniel & Shapiro, 1996; O’Connor, 2013; Segurança Social, 2010), aquando da transição dos bebés do contexto familiar para a creche. Este resultado verifica-se tanto relativamente ao período que antecede a entrada do bebé, como durante as primeiras semanas de frequência da creche.
Especificamente, os resultados encontrados no presente estudo indicaram que, antes da entrada dos bebés na creche, a totalidade ou a maioria dos profissionais procura conhecer o bebé e a respetiva família (e.g., rotinas, interesses, características), fornece informação relevante oralmente e/ou por escrito sobre o funcionamento da instituição (filosofia, procedimentos de acolhimento), convida a família a conhecer a sala que o bebé vai frequentar e recomenda o aumento gradual da permanência do bebé na sala, assim como o uso de objetos de transição. No que se refere às primeiras semanas de frequência da creche, os resultados obtidos indicam que, na totalidade ou na maioria dos casos: a entrada dos bebés é realizada de acordo com uma calendarização pré-estabelecida e acordada com a família; a família é incentivada a aumentar o tempo de permanência do bebé na sala de forma gradual; os bebés podem utilizar o(s) seu(s) objeto(s) de conforto preferido(s); são incorporadas nas rotinas da sala as rotinas de cuidados desenvolvidas na família; a família tem a oportunidade de telefonar ou visitar a sala para saber como está o bebé, sempre que sentir necessidade; a família recebe informação diariamente sobre a forma como está a decorrer a adaptação do bebé e é questionada sobre a forma como está a lidar com este processo.
Deste modo, podemos concluir que, em geral, as instituições com serviços dirigidos aos cuidados e educação de bebés têm consciência da importância do planeamento e da implementação de um conjunto variado de práticas facilitadoras da transição do contexto familiar para a creche, de forma a assegurar a continuidade entre os contextos de desenvolvimento e a facilitar a adaptação dos bebés e das famílias a este novo contexto.
Importa igualmente destacar a congruência encontrada entre os resultados obtidos a nível da implementação das práticas e as ideias dos participantes acerca da utilidade dessas práticas. Com efeito, os resultados mostram que, em geral, as práticas relatadas por um maior número de participantes como sendo efetivamente implementadas, são também as que são consideradas necessárias por um maior número de participantes, e vice-versa.
Uma das práticas recomendadas na literatura para facilitar o processo de transição durante os primeiros tempos de frequência da creche é a existência, para cada bebé, de um profissional que fica com mais responsabilidade na prestação de cuidados, assim como nas interações com o mesmo. De facto, nesta etapa do desenvolvimento, os bebés encontram-se numa fase particularmente sensível de estabelecimento de relações significativas com os adultos, necessitando de experiências positivas de interação individualizada com adultos, especialmente, no que respeita à sua estabilidade, consistência e responsividade (e.g., Balaban, 2011; Daniel & Shapiro, 1996; National Association for the Education of Young Children, 2009; Zero to Three, 2009). No entanto, no presente estudo foi possível constatar uma tendência clara para os profissionais não implementarem, bem como para não considerarem necessária, esta estratégia. Note-se, ainda, que parece não ser clara para alguns profissionais (entre 25% e 30%) a importância das seguintes práticas que a literatura aponta como facilitadoras da adaptação do bebé à creche: convidar a família a passar algum tempo com o bebé na sala que ele vai frequentar, antes da entrada do bebé na creche; escolher previamente um profissional para acolher o bebé e a família no primeiro dia de frequência da creche; e reunir com a família após as primeiras semanas de frequência da creche para conversar sobre o modo como o bebé se está a adaptar.
Não podemos deixar de questionar se estes resultados poderão estar associados a uma falta de conhecimentos relativos a esta fase precoce do desenvolvimento e às necessidades da criança e da família decorrentes do processo de transição. Recordamos que apenas sete participantes do presente estudo têm formação em educação de infância e, mesmo nestes casos, é conhecido o menor relevo que é dado na formação inicial destes profissionais ao contexto de creche e a questões desenvolvimentais dos primeiros anos de vida (Aguiar, Bairrão, & Barros, 2002; Barros, 2007). Além disso, reconhecemos o interesse em explorar, em investigações futuras, o que está na base das ideias dos profissionais, de forma a apoiá-los na tomada de consciência acerca dos benefícios destas práticas para todos os envolvidos no processo de transição.
Outro resultado que importa destacar está relacionado com o conjunto de práticas que uma pequena percentagem de participantes considera importante, mas que dizem apresentar constrangimentos a nível da sua implementação, nomeadamente: convidar a família a passar algum tempo com o bebé na sala que ele vai frequentar, antes da entrada do bebé na creche; registar o que a família pensa que se deve fazer para facilitar a adaptação do bebé à creche; e, convidar a família a passar algum tempo na sala, com o bebé, à chegada e/ou à saída. A falta de recursos humanos, a falta de disponibilidade das famílias e o facto de estas práticas exigirem muita disponibilidade de tempo, foram os constrangimentos à implementação destas práticas identificados pelos participantes. Atendendo que a literatura internacional realça a relevância destas práticas para facilitar a transição dos bebés do contexto familiar para a creche, seria importante criar oportunidades para que diretores e profissionais das instituições, em conjunto com os pais, reflitam sobre formas de ultrapassar os obstáculos à sua implementação.
Antes de concluirmos, não podemos deixar de tecer algumas considerações sobre as limitações do presente estudo. Podemos referir, em primeiro lugar, a representatividade da amostra. Embora se tenha partido, inicialmente, de um conjunto alargado de participantes, selecionados aleatoriamente, o grau de participação das creches com fins lucrativos acabou por ser reduzido. Investigações futuras devem recorrer a uma amostra representativa da população, de forma a produzir conclusões mais fiáveis e generalizáveis. Outra limitação do presente estudo prende-se com o recurso a um único informante (i.e., profissionais), assim como ao auto-relato como técnica de recolha de dados, a qual remete para uma potencial influência da desejabilidade social, em favor de um grau de implementação de práticas de transição superior à realidade. Apesar de mais exigente do ponto de vista metodológico, consideramos importante que futuros estudos procurem incluir, além dos profissionais, as famílias como respondentes, e a observação como técnica adicional de recolha de dados.
A implementação de práticas desenvolvimentalmente adequadas, aquando da transição do contexto familiar para a creche, tem sido referida na literatura internacional como relevante para a adaptação dos bebés ao novo contexto de desenvolvimento. No âmbito do projeto de investigação Transição dos bebés para a creche: comunicação família-creche, qualidade dos contextos e adaptação do bebé pretende-se verificar empiricamente esta relação, assim como o contributo diferencial de diferentes práticas de transição neste processo, procurando, igualmente, perceber o efeito de outros fatores associados ao contexto familiar e à creche, com o objetivo de compreender melhor o processo de transição.
Pese embora as limitações referidas anteriormente, consideramos que o presente estudo constitui um contributo para o conhecimento acerca da transição dos bebés do contexto familiar para a creche, constituindo ainda um recurso com potencial utilidade para a intervenção, uma vez que apresenta práticas orientadoras da atuação dos profissionais nesta área, consistentes com investigação internacional e com as recomendações da tutela, operacionalizadas no Manual de Processos-Chave para a Creche (Segurança Social, 2010; para mais informação, consultar: http://www4.seg-social.pt/documents/10152/13337/gqrs_creche_processos-chave).
Agradecimentos
Este trabalho é financiado por Fundos FEDER através do Programa Operacional Factores de Competitividade – COMPETE e por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCOMP-01-0124-FEDER-029509; FCT – PTDC/MHC-CED/4007/2012).
Referências
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