É com muito prazer que apresento, neste Editorial, o número um, do volume um, da revista Sensos-e – Sensos eletrónica – uma revista multimédia sobre Educação, no seu sentido mais amplo, do Centro de Investigação & Inovação da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto (inED). O presente número um foi precedido pelo número zero, em cujo Editorial são explicadas as motivações da criação de uma revista com as características da Sensos-e: conteúdo aberto, formato multimédia e em linha (online), sendo os diversos elementos multimédia de cada artigo editados pelos/as autores/as na plataforma online da revista. Realça-se aqui o que consideramos ser a principal potencialidade deste formato: retratar de forma multimodal as diversas dimensões da investigação e inovação em educação, nomeadamente as vozes dos seus participantes.
A Sensos-e constitui-se, assim, como um projeto com características inovadoras. Embora enfrentando os riscos inerentes à inovação no formato dos artigos, a Sensos-e publica trabalhos com as seguintes características específicas: artigos que tirem partido das potencialidades de uma publicação em versão digital em linha, pela utilização de recursos como multimédia, cor e hipertexto e pelas possibilidades de interação dinâmica e edição colaborativa.
O número um da Sensos-e centra-se no tema Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na Educação, embora não tenha excluído à partida, na sua Chamada de Trabalhos, artigos em outros âmbitos da Educação. Este número integra, assim, um conjunto de seis artigos, sendo que os quatro apresentados em primeiro lugar são o resultado de uma colaboração com o XV Simpósio Internacional de Informática 2013 (SIIE 2013). Em conjunto com a Comissão Organizadora e a Comissão de Programa do referido Simpósio, foram selecionados artigos, cujos autores foram convidados a elaborar versões multimédia dos referidos artigos e a submetê-las a este número um da Sensos-e. Todos os artigos submetidos a este número foram sujeitos a revisão cega por pares, nomeadamente por elementos do Conselho Editorial e revisores convidados, em função das temáticas específicas dos mesmos.
Os dois primeiros artigos exploram didaticamente ferramentas de software livre. O primeiro artigo deste número, com o título “How do I blur the pencil?”: Children’s learning about drawing and collaboration using MyPaint, da autoria de Maria Figueiredo, Nelson Gonçalves, Maria Helena Lopes e Maria de Fátima Barreiros, descreve uma investigação focada no uso do software livre MyPaint, em dois contextos de educação pré-escolar. A investigação relatada contribui para o conhecimento sobre o uso de programas e de ferramentas informáticas no jardim-de-infância, assim como sobre os impactes do uso do MyPaint nos desenhos desenvolvidos pelas crianças e na colaboração entre as elas.
Segue-se o artigo Castro Lusitano Virtual: Software Livre e Património Virtual, da autoria de Nelson Gonçalves, Maria Figueiredo e Orlando Pinto. Este artigo apresenta o processo de desenvolvimento de um ambiente tridimensional interativo, um recurso educacional aberto de Património Virtual para ensino da História, em que o aluno pode ser explorador e criador de ambientes tridimensionais.
O artigo, denominado Desenvolvimento do pensamento lógico utilizando o TOPOBO, da autoria de Mateus Santin, João da Silva e Sílvia Botelho, apresenta as diferentes estratégias e os resultados de atividades de experimentação robótica, realizadas com um Kit Topobo de 100 peças, numa turma de crianças com idades entre os 9 e os 10 anos. Em quarto lugar, é apresentado o artigo Portal virtual Hands-on-Tec: Recurso de autoria para professores da educação básica. Tal como referido no título, este artigo descreve o desenvolvimento e as características de um portal para a partilha, cooperação e autoria de recursos educacionais para professores de Ciências da Natureza e Matemática na Educação Básica. Esses recursos são baseados numa estratégia que parte de questões investigativas, no contexto de problemas reais e quotidianos para os alunos e do uso de tecnologias móveis para o desenvolvimento das respostas.
O quinto artigo, de Bruno Gonçalves e Vítor Gonçalves, denomina-se MOOC: Uma estratégia de captação de alunos?, apresentando o conceito de Massive Open Online Courses (MOOC) e as suas dimensões e características. A finalidade última deste trabalho é equacionar o uso dos MOOC como modalidade de estratégia para captação de alunos para as Instituições de Ensino Superior. Por último, o artigo Conjeturar com o Geogebra, de Ângela Couto e Cláudia Maia, reflete de forma investigativa sobre os resultados da utilização de um ambiente de geometria dinâmica (AGD), o Geogebra, na sala de aula, especificamente numa licenciatura de Educação Básica, formação inicial no percurso de formação de professores.
Pelo exposto, verifica-se que os artigos deste número da Sensos-e abrangem diferentes domínios do tema Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na Educação, nomeadamente no que se refere a diferentes: i) níveis de ensino, do pré-escolar ao superior; ii) tipos de ferramentas e aplicações, como programas de desenho e de geometria dinâmica, ambientes 3D, kits de robótica, portais e MOOC; iii) áreas disciplinares, como as Expressões, a História, as Ciências da Natureza e a Matemática. Desejamos que os/as leitores/as apreciem e divulguem os artigos publicados.