1. Introdução
A Internet é um meio de comunicação que pode auxiliar, ampliar e transformar as formas atuais de ensinar e de aprender. Nesse sentido, Miskulin (1999, p. 99) pontua que “as possibilidades pedagógicas de uso da Internet como ferramenta educacional estão se tornando cada vez maiores, a cada dia surgem novas maneiras de usar a rede com novas formas de se conceber o processo educativo”.
Nessa mesma perspectiva, parafraseando Kenski (1998), as transformações tecnológicas da atualidade conferem novos ritmos e dimensões às tarefas de ensinar e aprender. Destacamos as atividades didáticas decorrentes das diferentes ferramentas computacionais, que podem ser realizadas na Internet – os Chats(*), os Fóruns de discussão(*), os Blogs(*) – que, com suas inúmeras formas de interação entre professores e alunos, permitem uma aprendizagem colaborativa. Os Blogs estão se consolidando como ambientes de aprendizagem, sendo temas de várias pesquisas.
Terra (2006) destaca que, com a Internet, novas formas de comunicação e interação surgem na vida das pessoas, na sociedade e na escola. Uma das formas de se comunicar na rede é a partir dos Blogs, que são comunidades interativas, nas quais as pessoas buscam, por meio das diferentes naturezas de suas ferramentas, a comunicação online e a interação nos diversos assuntos que formam o domínio (interesse comum) do Blog.
Segundo a referida autora, o Blog permite a interatividade e a formação de comunidades, pois cada texto, áudio ou vídeo postado admite que sejam inseridos comentários, possibilitando a comunicação e a interação entre os participantes. Os Blogs podem ser interrelacionados entre si por meio de links, formando uma rede de comunidades similares ou de assuntos relacionados, em que os participantes, professores e alunos, comunicam-se e compartilham experiências. O Blog pode permitir ainda um envolvimento investigativo, pois propõe uma abordagem diferenciada, na qual os professores e alunos se tornam capacitados a ser co-autores de atividades e assuntos que podem ser trabalhados pelos alunos, ao mesmo tempo em que vão desenvolvendo o domínio da tecnologia.
Com essas perspectivas, considerando as novas práticas de ensinar e aprender no contexto das TIC escolhemos a questão norteadora desta pesquisa: Quais são as possíveis potencialidades didático-pedagógicas das redes comunicativas – Blogs – em uma Comunidade de Prática Virtual? Investigar as potencialidades didático-pedagógicas dos Blogs em uma Comunidade de Prática Virtual significa, entre outros aspectos, compreender as possíveis inter-relações existentes entre as redes comunicativas – Blogs – e os momentos formativos, os quais podem ser caracterizados como momentos que se aproximam de uma comunidade de prática, no processo de formação de professores de Matemática.
2. Formação de Professores de Matemática e as Tecnologias da Informação e Comunicação
A formação de professores vem sofrendo mudanças, devido às diversas transformações presentes na sociedade atual e às novas exigências sociais que se refletem nas práticas pedagógicas e na ação do professor no seu cotidiano, exigindo uma prática que atenda às novas necessidades profissionais, sociais, políticas e culturais.
Tardiff (2010), ao discorrer acerca da formação, destaca que as fontes da formação profissional dos professores não se limitam à formação inicial na universidade, mas trata-se de uma formação continuada que abrange toda a carreira docente. Freire (2011, p. 39) destaca que “na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática”, pois, segundo o autor, é pensando criticamente a prática de hoje que se pode melhorar a próxima prática.
Portanto, percebe-se que a formação inicial é insuficiente para toda a tarefa de formar professores e, portanto, é preciso que a formação seja contínua. A questão da formação de professores, inicial e continuada, tem se constituído em foco de pesquisa em diversos campos científicos, incluindo a Educação Matemática.
D`Ambrosio (1993) destaca que o futuro professor de Matemática deve aprender novas ideias matemáticas de forma alternativa, envolvendo a investigação, a resolução de problemas e as aplicações. Esta formação inicial deve permitir ao professor ser crítico de sua própria prática e consciente de suas futuras responsabilidades na formação matemática dos alunos.
Após essa formação, o professor necessita constantemente de atualização, seja por meio de cursos de Extensão, seja por Especialização, Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado, entre outros. Essa atualização, também chamada de Formação Continuada, pode ocorrer no contato entre os pares, em reuniões ou em grupos de estudos.
As Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC – estão presentes no processo de formação de professores de Matemática, interrelacionando aspectos característicos das comunidades de prática(*), com as comunidades – Blogs –, no processo de formação continuada de professores (Figura 1).
Figura 1. Diagrama – TIC na Formação de Professores de Matemática
Miskulin aponta a importância de o educador matemático utilizar as TIC na sua prática docente.
O desenvolvimento tecnológico proporciona uma nova dimensão ao processo educacional, a qual transcende os paradigmas ultrapassados do ensino tradicional, pontuado pela instrução programada, transmissão de informações, treinamento do pensamento mecânico e desenvolvimento de estratégias de resolução de problemas, priorizando a memorização de algoritmos. Essa nova dimensão prioriza um novo conhecimento que considera o desenvolvimento do pensamento criativo como aspecto fundamental da cognição humana. O educador matemático assume um papel fundamental, na medida em que compatibiliza os métodos de ensino e teorias de trabalho com as tecnologias de informação e comunicação, tornando as partes integrantes da realidade do aluno. (Miskulin, 2008, p. 1).
O uso criativo das TIC pode auxiliar os professores a desenvolverem metodologias diferenciadas de ensino e aprendizagem. Assim partimos do pressuposto de que a utilização didática do Blog pode ampliar o conhecimento para além do espaço físico da sala de aula, criando um ambiente interativo, potencializando a formação de uma comunidade de prática virtual. Além disso, o Blog, pode propiciar espaços formativos de professores que ensinam matemática, no qual a colaboração emerge como um fator essencial para a construção de compartilhamentos de experiências sobre a prática docente.
3. Comunidades Virtuais de Aprendizagem (CVA) e Comunidades de Prática (CoP)
3.1 Comunidades Virtuais
As comunidades virtuais são espaços formados por grupos de pessoas no ciberespaço. Seu funcionamento está relacionado, em um primeiro momento, às redes de conexões proporcionadas pelas TIC e, em um segundo momento, à possibilidade de, nesse espaço, pessoas com objetivos comuns se encontrarem, estabelecerem relações entre si e compartilharem experiências.
Uma das principais características da comunidade virtual de aprendizagem é a colaboração. Em um curso online, os termos “participação” e “colaboração” são abordados de maneiras distintas. “A colaboração vai além do envolvimento direto em atividades específicas e é algo que persiste ao longo do curso” (Mayes, 2001, apud Palloff e Pratt, 2004, p. 46). É um processo que auxilia os alunos a atingirem níveis mais profundos de conhecimento, por meio da criação de objetivos comuns e do trabalho colaborativo.
Miskulin, Silva e Rosa (2006) afirmam que essas experiências compartilhadas, em uma Comunidade Virtual, permitem a “multiplicidade de culturas que se entrecruzam na constituição da cultura docente e interferem diretamente na constituição de uma comunidade virtual”. Assim, questionamos essas comunidades virtuais poderiam, em alguns momentos serem consideradas como uma comunidade de prática?
3.2 As Comunidades de Prática
Conforme Wenger , Comunidades de Prática (CoP) são grupos de pessoas que compartilham um objetivo comum e, através de uma interação constante, compartilham experiências e podem aprender colaborativamente.
“Trabalhar com outros que compartilham os mesmos objetivos é definir um fator essencial para a instituição a qual participam. Colaborando com os demais ou opondo-se a eles, cooperando com a instituição e agindo contra ela, definem coletivamente, suas vidas profissionais e suas relações para desempenhar seus trabalhos e produzir coletivamente o que o processo de aplicação é na prática. [...] Cada um age como se fosse um recurso para os outros, trocando informações, tentando compreender as situações, compartilhando novas ideias “(Wenger, 2001, p. 70).
A aprendizagem online, síncrona ou assíncrona, também pode ser uma das dimensões presentes em uma comunidade de prática, desde que tenha as três características apresentadas anteriormente (domínio, comunidade e prática). Essas comunidades podem ser chamadas de “comunidades virtuais”. De acordo com Wenger (2001), alguns recursos tecnológicos, como a Internet, permitem expandir as oportunidades de práticas compartilhadas.
Nas comunidades de prática e nas comunidades virtuais de aprendizagem, o professor deixa de ser a única fonte de informação e conhecimento e passa a criar oportunidades para que o aluno participe ativamente no processo de aprendizagem.
De acordo com o exposto, nesta pesquisa vamos assumir que a comunidade online, criada, terá momentos em que poderá ser caracterizada por comunidade de prática virtual. Assim, com essas concepções, explorando as possíveis potencialidades didático-pedagógicas das redes comunicativas – Blogs – em uma Comunidade de Prática Virtual, continuamos a buscar caminhos para o desenvolvimento da pesquisa.
A seguir apresentamos a metodologia de pesquisa, descrevendo o processo de desenvolvimento da pesquisa.
4. Metodologia de Pesquisa
A metodologia adotada na presente pesquisa está pautada nos pressupostos da pesquisa qualitativa com abordagem netnográfica ou etnografia virtual.
Para Hine (2004), realizar uma investigação etnográfica através de uma comunidade virtual permite reflexões acerca do significado de estar na internet. A autora argumenta que o agente de mudanças não é a tecnologia em si, mas a maneira com que a utilizamos.
Assim, percorrendo os objetivos da pesquisa, oferecemos um Curso de Extensão a Distância intitulado “A utilização de Blogs como recurso pedagógico na Educação Matemática.
O Curso de Extensão abordou a inserção das TIC no contexto da Educação Matemática, a partir de reflexões teórico-metodológicas sobre teóricos e pesquisadores que abordam as TIC, na Educação Matemática. Semanalmente, foram disponibilizados para leitura Artigos e Capítulos de Teses, possibilitando a reflexão e a discussão dos aspectos referentes à introdução das TIC e a familiarização dos participantes quanto à utilização do Blog na prática docente.
As inter-relações entre os participantes do Curso de Extensão ocorreram de maneira síncrona, pelo serviço de Mensagem Instantânea (Chat), e de maneira assíncrona, por meio do Blog do Curso.
Esse Curso de Extensão online nos possibilitou investigar e compreender netnograficamente os dados da pesquisa, conforme apresentamos a seguir.
5. Descrição e Análise dos Dados da Pesquisa
O Curso de Extensão gerou quatro contextos práticos diferentes, os quais vamos considerar como um banco de dados, para extrairmos a parte prática da presente pesquisa, organizados da seguinte forma: 1- Ficha de Inscrição, 2- Depoimentos dos Professores, 3- Blogs Construídos e 4- Processo de Avaliação do Curso.
Figura 2. Diagrama ilustrativo dos contextos práticos da pesquisa.
A Ficha de Inscrição permitiu conhecer o perfil dos professores inscritos no Curso, permitindo a seleção dos participantes. Com essas informações, trinta e três participantes foram selecionados por meio do seguinte critério: primeiramente verificamos os professores que tinham uma boa conexão de Internet, disponibilidade para participar dos encontros síncronos e disponibilidade de tempo para as leituras/reflexão dos textos. Em seguida, selecionamos vinte e três professores da Rede Pública que atuavam no Ensino Médio (nove professores), no Ensino Fundamental (nove professores), nos Ensinos Fundamental e Médio (quatro professores) e no Ensino Superior Público (um professor). Depois, selecionamos os professores que atuavam no Ensino Superior Particular (dois professores) e, por fim, cinco professores do Ensino Médio da Rede particular. As três vagas dos bolsistas ficaram para alunos de Licenciatura em Matemática. Após a seleção dos professores, iniciamos o Curso, descrito abaixo.
O Curso foi composto por encontros virtuais: síncronos (em tempo real – Chat) e assíncronos (em tempo não real – E-mails, Fóruns, comentários no Blog), nos quais foram discutidos aspectos teóricos atinentes ao uso dos Blogs nas práticas de sala de aula e à criação de Blog matemático. A dinâmica das aulas foi baseada em reflexão, análise, discussão e compartilhamento de ideias e concepções sobre as leituras realizadas.
A avaliação ocorreu em um processo contínuo, levando-se em consideração as atividades desenvolvidas pelos alunos no decorrer do Curso.
Figura 3. Diagrama – Formas de Comunicação no Curso
Perante o cenário acima delineado, apresentamos, no diagrama (Figura 3), as diferentes formas de comunicação online com a teoria e as características da Comunidade de Prática.
Desse diagrama, que expressa o cenário da pesquisa, podemos observar as três características que Wenger (2001) destaca em uma Comunidade de Prática, tais como o Domínio, a prática e a Comunidade.
O Domínio é interesse comum que une os participantes da comunidade. No caso de nossa pesquisa o domínio ou o tema de interesse se pautou no conhecimento da prática de professores que ensinam Matemática, pois os alunos-professores – desse Curso compartilharam suas experiências e depoimentos sobre modos de fazer e ser na sala de aula.
A Comunidade são os Professores de Matemática, os monitores do Curso, a pesquisadora e os professores da Pós-Graduação em Educação Matemática.
A Prática é o repertório de procedimentos e ações compartilhados no grupo, o qual permite o desenvolvimento da comunidade, é o que mantém viva a comunidade: a confecção do Blog pelos professores, as leituras realizadas, os depoimentos dos professores, e formas de comunicação que possibilitaram a interação online (partes do Diagrama 3).
A seguir apresentamos as formas de comunicação do Curso.
5.1 Depoimentos dos professores por meio do Chat, E-mails, Fóruns de Discussão no Blog do Curso.
5.1.1 Chat
Nos encontros síncronos, o Chat permitiu uma discussão referente à leitura dos textos disponibilizados no Blog do Curso e, também, os professores puderam compartilhar suas angústias, expectativas e experiências como docentes, com a utilização das TIC nas aulas de Matemática. Destacamos alguns comentários, no Chat, do segundo dia do Curso:
Prof. G: Será que nós, professores, estamos “abertos” à inovação tecnológica nos meios de ensino? Se sim, acreditamos e confiamos nessas metodologias, tendo convicção de que isso é de real importância para a interação, colaboração e aprendizado dos alunos? Nós, aprendentes, não nos sentimos um tanto “apreensivos” quanto ao novo?? Conhecer, ter acesso mas… como aplicar isso de fato na sala de aula???
Prof. A: Às vezes temos fobia do novo, precisamos mudar, encarar os desafios.
Prof. G: Certo… acredito que o medo do novo é absolutamente natural… no entanto, não podemos nem devemos ignorá-lo mas sim experenciá-lo para assim poder aceitar ou negar.
Prof. H: Acredito que nem todos os professores estamos abertos a essa inovação, isso devido ao medo do desconhecido, ou à insegurança de que “os alunos saibam mais que nós mesmos”. Particularmente, não é isso que me impede de usar mais esse tipo de metodologia, mas um pouco meu sentimento de estar “amarrada” a um currículo pouco flexível da escola na qual trabalho.
Prof. A.C: Acredito que quem se vê desafiado a algo novo sente um certo medo. Medo de arriscar, medo de errar, de não conseguir, …medo de expor o que não sabe. Entretanto, muitos educadores se propõe a aprender, a querer descobrir o novo. O problema é que, às vezes, nós que detemos as informações e os conhecimentos não temos paciência para ensinar e tentar compreender o tempo e o processo de aprendizagem do outro e ficamos atropelando.
Prof. M: As TIC são uma realidade. Estão aí, ou usamos a nosso favor ou elas nos “engolirão”.
Por meio desses comentários, percebemos os anseios e expectativas dos professores, a respeito das TIC: sentimentos como medo, ansiedade, responsabilidade, vontade de vivenciar novas experiências, entre outros.
Segundo Borba & Penteado (2007), “[...] as inovações educacionais, em sua grande maioria, pressupõem mudança na prática docente. A docência, independente do uso de TIC, é uma profissão complexa [...]” (Borba & Penteado, p.56).
Nessa perspectiva, podemos perceber que só foi possível captar aspectos tratados nos depoimentos porque foram gerados em uma comunidade virtual, com as suas características computacionais e pedagógicas que propiciaram momentos que se configuraram como comunidade de prática, pois, os professores e os formadores, em conjunto, refletiam e aprofundavam os seus conhecimentos sobre as ações compartilhadas da prática docente.
O Chat permitiu ainda que os professores compartilhassem experiências, conforme observamos nos comentários a seguir:
Prof. DP: É de extrema importância o conhecimento dos alunos em sala de aula – interagir – trazer líderes para o lado do professor – isso fortalece a relação e o aprendizado de todos – não somos melhores só porque somos professores.
Prof. F: Os alunos que entendem de informática, geralmente sabem algumas coisas sim, e, muito importante, eles têm habilidades e familiaridade com a máquina. Mas quando trabalhamos envolvendo conteúdos, esses alunos mostram dificuldades.
Prof.A: Realmente, fiz um trabalho há dois anos e os alunos embora tivessem domínio de computador estavam com dificuldades em digitar coisas no winplot.
Prof. F: Os professores que se preocupam com sua prática em relação à aprendizagem do aluno, estarão atentos às manifestações que interessam aos alunos, que os atraem. A utilização das TIC é presente na “nova geração”, e eles nos exigem essa postura de inovação em relação à tecnologia.
Prof. D: Na escola em que trabalho temos estrutura física e reuniões semanais para aprofundamento na área e discussões sobre metodologia e didática. Incentivamos e fazemos pesquisa em sala de aula.
Prof. H: Eu tenho utilizando muito os softwares como Winplot e Geogebra no trabalho com as funções, no 1º ano de EM… mas confesso que, em alguns momentos, me sinto tão cobrada por parte da coord./direção da minha escola, que fico com receio de fazer o que eu realmente acredito, mas que “atrasa o livro”
Prof. L: Trabalhar com o software régua e compasso no ensino de geometria é uma maneira, os alunos adoram. Manipula e fazem “coisas” sensacionais.
Prof. F: Então, pessoal, GeoGebra, o Winplot, a Régua e compasso, eu também uso.
Prof. L: Sou Coord. Pedagógica em uma Escola da Rede Municipal, as sala são equipadas, mesmo assim nos deparamos com diferentes conflitos. É muito importante o trabalho em parceria, principalmente envolvendo outras áreas de conhecimento. Penso que os alunos precisam perceber a Matemática como parte da vivência cotidiana…
Podemos observar nos depoimentos acima que a prática docente, com as TIC, assume novos espaços na escola, o que propicia envolvimento, interação e criação de procedimentos pedagógicos.
Para Kensky (2007), o impacto das TIC reflete-se de maneira ampliada sobre o conhecimento, por isso, é necessária a reflexão sobre a prática docente e as concepções de ensinar e aprender, pois é nessa ação que se reflete a atuação dos professores que se beneficiam dos ambientes virtuais.
5.1.2 Correio Eletrônico – E-mail
A utilização da ferramenta do Correio Eletrônico – E-mail –, durante o Curso, permitiu o envio da Ficha de Inscrição, da Carta de Autorização dos dados na pesquisa, da comunicação dos professores selecionados e da dinâmica do Curso. Por meio dele, foram enviados o endereço do Blog do Curso, os convites para participar do Chat, algumas informações sobre o inicio do Curso e o Formulário de Avaliação do Curso.
5.1.3 Fóruns de Discussão
O Fórum de Discussão, como ferramenta de interação, permite relações interpessoais e afetivas, quando as atitudes dos participantes são de respeito e reciprocidade.
No Blog do Curso, foram disponibilizados seis Fóruns para discussão das leituras da semana com o objetivo de partilhar as práticas docentes, nos contexto das TIC (Figura 4).
Figura 4. Fórum – Blog do Curso de Extensão – http://cursoblog2010unesp.blogspot.com.br/p/forum_10.html
A seguir, apresentamos um dos Fóruns:
Fórum 5: “Blogs no contexto da Educação Matemática” – Neste Fórum, foi disponibilizado um artigo sobre Blog, intitulado: “O Blog como ferramenta para construção do conhecimento e aprendizagem colaborativa” (Barbosa e Serrano, 2005) e um relato de experiência, “As potencialidades didático-pedagógicas das redes comunicativas – Blogs no contexto da Educação matemática”. (Publicado no 17º COLE – Oliveira, 2009), objetivando mostrar as experiências bem sucedidas pedagogicamente com a utilização dos Blogs. Esse fórum aconteceu nas últimas aulas, depois que os professores já haviam criado cada qual o seu blog matemático, e foi apresentada a seguinte questão: O que podemos destacar da utilização do Blog como Recurso Pedagógico na Educação Matemática?
Em seu artigo, Barbosa e Serrano (2005) destaca que o desafio para a educação atual é desenvolver novos contextos de interação que despertem no aluno a criatividade, incentivando a aprendizagem. A Internet disponibiliza muitas ferramentas, as quais podem oferecer muitas possibilidades para o educador que está em busca de novas estratégias de ensino. A autora destaca a utilização de blog como ferramenta de apoio às aulas presenciais.
Por meio desse Fórum, os participantes tiveram a oportunidade de discutir sobre os artigos, disponibilizados para Leitura, e compartilhar a experiência do Blog que construíram no decorrer do Curso. Assim, conforme o depoimento abaixo,
Prof. F: Como dito no artigo, a experiência com blogs permite ao professor refletir sobre sua atividade, trocar ideias com os colegas. Compartilhar materiais, ideias, problemas, soluções, isso tudo amplia nossa visão e socializa o conhecimento. A forma de comunicação permite diversas conexões e proporciona também esse fenômeno de unir pessoas geograficamente tão distantes, como nós!
Prof. AC: Concordo com o prof. F. Descobri neste curso e na condição em que me coloquei de ouvir, fazer, errar, tentar de novo, ter paciência e aprender, a maravilhosa experiência de (re)descobrir novas possibilidades de promover o aprendizado e, mais, notar o quanto somos ainda resistentes para o novo. Ainda bem que, com meus quase 40 anos, tenho aprendido com meus/minhas amigos/amigas mais.
Prof. M: Há vários pontos a destacar sobre a utilização do blog como recurso pedagógico, porém, vou citar um que para mim é novidade: um PONTO DE ENCONTRO virtual. O Blog concentra informante e informado, mensagem e receptor. Não é algo frio como outra informação da Internet. Tem um pouco mais de “vida”.
Prof.G: O Blog como recurso pedagógico serve, acima de tudo, para dar continuidade à aula presencial: inserir textos, vídeos, slides, questionários, e, a partir da aula de hoje, chat é uma forma de manter contato com os nossos alunos virtualmente, e, na medida do possível, tornar a relação entre professor-aluno mais próxima, fazendo com que a relação pessoal (não-virtual) melhore, havendo pessoas mais participativas, menos receosas ao questionar, entre outros benefícios. Além disso, tudo que é feito de maneira virtual cativa e incentiva o aluno. Temos um ótimo trabalho pela frente! Abçs.
Prof. AD: Concordo com o Prof. G, com o ponto de tornar uma extensão da aula presencial. tenho inserido em meu blog alguns assuntos relacionados ao que estou no momento trabalhando em sala de aula. Tb vejo que me aproximei mais de meus alunos com a confecção de meu blog. Como são alunos do curso de Informática, acharam o máximo essa possibilidade virtual, que está quase ficando real…
Nesse processo de compartilhamento de ideias, experiências, os alunos-professores investiram tempo e estudo na formação para enfrentar os desafios com as TIC. Ao utilizarem o Blog do Curso e criarem um Blog para sua prática, re(descobriram) no Blog uma nova possibilidade de promover virtualmente a aprendizagem como uma extensão da sala de aula, permitindo uma aprendizagem colaborativa, na qual os professores puderam compartilhar suas experiências.
Assim, podemos dizer que, nesse caso, o Blog mostrou algumas características de uma comunidade de prática, pois as três dimensões dadas por Wenger (2001) foram encontradas nesse ambiente apoiado pela tecnologia – o domínio, a comunidade e a prática –, pois os encontros aconteceram em um ambiente virtual – Blog –, um ambiente que permitiu uma livre escolha de horários, uma participação interativa e uma reinterpretação da prática docente mediante as discussões e reflexões coletivas, favorecendo o compartilhamento de práticas de professores de matemática.
5.1.4 Blog do Curso
O Blog do Curso(*) (Figura 5) foi criado antes do inicio do Curso, e foi tornando-se vivo pela prática compartilhada durante o seu próprio desenvolvimento.
O objetivo da utilização de um Blog como meio de comunicação entre os professores responsáveis e os alunos-professores consistiu em mostrar a dinâmica de um Blog e suas potencialidades didático-pedagógicas em uma Comunidade Virtual de Aprendizagem, a qual se caracterizou, em alguns momentos, como uma Comunidade de Prática. Nesse Blog, disponibilizamos páginas com informações sobre o Curso, como “A utilização de Blogs como recurso pedagógico na Educação matemática”, a dinâmica metodológica do Curso, o conteúdo das aulas, o tutorial de como criar um Blog e inserir várias ferramentas, o perfil dos professores, Blogs matemáticos em geral, vídeos, mural, fórum. Disponibilizamos ainda um espaço formativo, um espaço de dúvidas, um espaço para conversas informais – coffee – e, ainda, um espaço formativo, no qual os professores participantes desenvolveram possíveis aspectos da prática pedagógica, em uma comunidade online.
Figura 5. Blog do Curso de Extensão – http://cursoblog2010unesp.blogspot.com.br/p/aulas.html
5.1.5 Blogs construídos pelos alunos-professores
No início do curso, os professores criaram um Blog matemático através do tutorial disponibilizado no Blog do Curso (Figura 6).
Figura 6. Tutorias de como criar um Blog - http://pt.slideshare.net/profmariaangela/paaso-apasso-criar-um-blog-4925639
Enquanto criavam, foram esclarecendo as dúvidas com a professora pesquisadora por meio do Chat e pelo tutorial disponível no Blog do Curso, criaram um Blog Matemático.
Alguns professores, antes de concluírem o curso, já disponibilizaram o endereço do Blog matemático para os alunos (Figura 7); outros criaram Blog para a escola e, assim, os endereços dos Blogs foram sendo divulgados no próprio Blog do Curso.
Figura 7. Blog do professor H - http://matemajuda.blogspot.com.br/p/roteiros.html
O curso acabou e o prof. H continuou utilizando o Blog (Figura 8) nas aulas de Matemática.
Figura 8. Blog do professor H – http://matemajuda.blogspot.com.br/
Destacamos o Blog do prof. C (Figura 9), pois ele divulgou no Blog os trabalhos dos alunos:
Figura 9. Blog do professor C – http://blogdaprofclarissa.blogspot.com.br/p/trabalhos-de-alunos.html
Essas informações dos Blogs, criados e disponibilizados pelos professores desta pesquisa, mostraram o empenho e dedicação em trabalhar os conceitos matemáticos nessa mídia.
Outro contexto prático da pesquisa constituiu-se no processo de Avaliação do Curso.
5.1.6 Avaliação dos alunos-professores
A avaliação dos alunos-professores constituiu-se em um processo contínuo, através da avaliação formativa, por meio das análises das sínteses, disponibilizadas nos comentários do Blog do Curso. A síntese da cada professor permitiu verificar a reflexão das leituras indicadas e a elaboração dos questionamentos para a discussão no Chat e nos Fóruns.
A partir da criação do Blog Matemático e da atualização semanal, foi possível avaliar cada professor, pois a evolução desse Blog permitiu acompanhar semanalmente a aprendizagem de cada um, ou seja, permitiu firmar suas aquisições.
O Curso, por meio do Chat e do espaço Dúvidas no Blog do Curso, permitiu aos professores avançarem; além de oferecer meios para que o aluno-professor superasse suas dificuldades.
Finalmente, do Plano de Aula, elaborado ao final do Curso e disponibilizado no Blog de cada um, mostrou a utilização do Blog nas aulas de Matemática, nas mais diversas situações.
A seguir, apresentamos os posts de alguns Blogs referentes a esse Plano de Aula:
Figura 10. Blog do professor C - http://blogdaprofclarissa.blogspot.com.br/
Figura 11. Blog Prof. ME – http://meiri-matematicanova.blogspot.com.br/
Figura 12. Blog do Prof. H – http://matemajuda.blogspot.com.br/
5.1.7 Avaliação do Curso
Na última aula, enviamos para os alunos-professores um relatório de avaliação. Recebemos a avaliação de vinte e quatro professores, dos quais quinze professores avaliaram o Curso como ótimo e nove avaliaram como bom. Com relação às expectativas do Curso, dez responderam que superou o esperado, nove que atendeu plenamente e cinco que atendeu parcialmente. Quanto às aulas ministradas, treze professores disseram que foram ótimas e onze que foram boas. Com relação aos conteúdos, dezenove professores manifestaram-se dizendo que os conteúdos foram ótimos e cinco apontaram os conteúdos como bons. Todos disseram que recomendariam o curso a outra pessoa. Recebemos várias sugestões e comentários ,dos quais destacamos:
Prof.C: O curso foi ótimo. Já é o terceiro curso a distância que faço pela UNESP e todos acrescentaram muito em minha carreira profissional. Adoro os professores e colegas, a oportunidade de trocar ideias com pessoas de outros estados tão longe do meu. Moro em uma cidade muito pequena, os cursos da UNESP me levam para grandes centros do país. Fico sabendo de novidades e o que está acontecendo no “mundo da moda” da educação matemática. Isso sem falar no conteúdo do curso que foi 10. Eu não sabia nada de blog. Aprendi bastante e pretendo continuar buscando cada vez mais aperfeiçoar meu trabalho. Já tive uma pequena experiência com meus alunos quando executei o plano de aula solicitado pelo curso e observei que foi muito bem aceito. Com certeza vou continuar utilizando o Blog. Quanto à professora M.A.,nossa, ela está de parabéns, pois deu tudo de si para que o curso fosse bom. Alguns colegas tiveram muita dificuldade com a parte tecnológica e ela nunca desistiu. Atendeu com muita paciência e didática. Como sugestão para uma próxima versão, sugiro que dê mais tempo para os debates. Outra sugestão é que daqui a um ano ou mais, poderíamos marcar um encontro via MSN e conversar sobre como está o andamento de nossos blogs. Valeu, mesmo!
Prof. G: Acredito que o curso é feito de conteúdos e pessoas, por isso, acho que o conteúdo é bastante abrangente! Depende de nós, lermos e nos empenharmos em colocá-lo em prática.
Prof. L: Na minha opinião, considerando a clientela (professores) interessados em utilizar a Internet como ferramenta pedagógica, o curso está adequado. Claro que enfrentamos dificuldades, porém, a meu ver, foram relacionadas a conhecimentos de linguagens técnicas, por exemplo.
Além do relatório, alguns alunos-professores criaram um post no Blog sobre o Curso.
Prof. M: Esse é um curso de extensão que participei. Infelizmente, hoje é a ultima aula. Mas através dele pude ter uma das maiores experiências de minha vida. Quando eu recebi o convite no meu e-mail, pensei em fazer, mas sem propósito, sabe, eu estava sem fazer nada à noite mesmo… então enviei meu cadastro, mas sem muita esperança de entrar, pois sabia que muita gente iria participar, e que talvez eu não teria muita chance. Mas graças a Deus fui aceita. E, olha, a experiência que tive nesse curso é, sem dúvida, uma das melhores da minha vida. Eu pensava que um curso a distancia não seria muito legal, como interagir com os colegas? como aprender alguma coisa? que materiais eu iria utilizar? mas, ao contrário do que eu pensava, foi um dos cursos que tive mais participação, aprendi coisas que nunca pensava em aprender. Como utilizar essas novas tecnologias para a educação, em sala de aula, como eu posso fazer parte de uma mudança nessa educação que muitas vezes está ultrapassada, chata. No momento não estou trabalhando em sala de aula, mas, com certeza, já vou me preparando desde agora, para que quando eu chegar em sala, eu possa mostrar uma matemática diferente, gostosa de ser estudada. Pretendo fazer outros cursos online, pois agora eu sei que realmente se tem uma aprendizagem muito boa. Agradeço às Professoras participantes, aos colegas, que moram longe, e que talvez a gente nunca se conheça pessoalmente, foi muito gratificante… muito mesmo…. obrigada por tudo!!!! Valeu!!!
Prof.C: Hoje estamos nos despedindo. Mais um curso que se encerra. Para mim o curso valeu muito, pois consegui fazer todas as atividades propostas pela professora e aprendi um monte de coisa. Mas não adianta fazer o curso e depois largar tudo de mão, temos que continuar estudando e procurando novas ferramentas. Bom, eu adorei ter aprendido a fazer blog, ter conhecido mais colegas que também buscam uma educação de qualidade e, principalmente, a professora M.A. Ela foi incansável conosco. Parabéns!Espero encontrar vocês em eventos pelo Brasil afora. Bjs e abraços em todos e continuem visitando meu blog.
A partir desses depoimentos, percebemos que os professores aprovaram o Curso e apontaram vários aspectos inerentes à introdução e disseminação das TIC no espaço escolar e no espaço virtual e a importância da formação continuada e de compartilhar experiência da prática docente.
Passamos agora a explicitar as Categorias de Análise desta pesquisa, que foram levantadas, considerando as inter-relações das redes comunicativas – Blogs – e as Comunidades de Prática.
Na Categoria 1 – Blog , como espaço formativo, ressaltamos as oportunidades de vivência dos professores em uma prática compartilhada sobre a docência, por meio dos encontros síncronos e assíncronos. O Blog do curso apresentou em muitos momentos características de uma Comunidade de Prática, pois foi concebido como um espaço formativo, o qual permitiu aos alunos-professores explorar o novo, compartilhar as descobertas e desenvolver a criatividade. Segundo Wenger (2001), uma comunidade de prática é um contexto adequado para explorar visões radicalmente novas. A criatividade faz com que não aceitemos as coisas como são e faz com que experimentemos e exploremos possibilidades, que reinventemos o mundo.
O Blog apresentou características de uma comunidade de prática, pois foi concebido como um espaço formativo, o qual permitiu aos alunos- professores explorar o novo, compartilhar as descobertas, desenvolver a criatividade, a qual Wenger descreve “A imaginação faz que vejamos a nos mesmo e que vejamos nossa posição com uns olhos novos.” (WENGER, 2001, p. 321).
O Blog do Curso permitiu, em muitos momentos, que os professores usassem a imaginação, criando e recriando posts no Blog, experimentando assim novas possibilidades de inserir as TIC nas aulas de Matemática.
Na Categoria 2 – A prática do professor, analisamos os comentários dos professores relacionando-os com as características fundamentais de uma comunidade de prática, as quais, segundo Wenger (2001), podem ser mais bem desenvolvidas pelo uso das TIC.
No decorrer do Curso, por meio das discussões, percebemos nos comentários do Chat e dos Fóruns, do Twitter, que os professores estão cientes dos desafios de inserir na prática docente as TIC, pois, segundo eles, há muito que problematizar, refletir e experimentar para que a informação se transforme em conhecimento. Articular as formas de comunicação e as formas de interação que ocorreram no curso, nos permite elencar momentos em que o Blog se caracterizou como uma comunidade de prática.
Na Categoria 3 -Aprendizagem socialmente compartilhada, salientamos que o Curso, por meio do Blog, se transformou em uma comunidade de prática virtual, a qual permitiu uma aprendizagem socialmente compartilhada, pois os professores tiveram a oportunidade de explorar as potencialidades didático-pedagógicas de um Blog matemático, em processos de reificação e de participação, conforme pode ser ressaltado por dois depoimentos do Curso, abaixo apresentados.
Prof. D: Eu estou gostando muito dos blogs. Estou aprendendo muito e já estou ficando viciada, sempre que sobra um tempo procuro assuntos para postar. Agora estou em plena construção de um só para a escola.
Prof. M: Criamos um Blog para o Grupo de Estudo de Matemática de minha escola. Nós nos reunimos a cada 15 dias para discutir questões pedagógicas da escola e trocar informações entre nós.
Segundo Wenger (2001), é preciso pensar em formas criativas de engajar os alunos em práticas significativas para que a aprendizagem seja socialmente compartilhada.
6. Considerações Finais
O Curso, por meio do Blog, transformou-se em uma comunidade de prática virtual, a qual permitiu uma aprendizagem socialmente compartilhada, pois os professores, além de criar um Blog Matemático, começaram a criar Blogs para as escolas, eles não ficaram somente com o Blog criado no Curso, eles foram além e criaram Blogs durante o desenvolvimento de suas práticas na vida da escola. Segundo Wenger (2001), “aprender é uma interação entre o local e o global”.
Assim sendo, podemos dizer que o processo de formação foi muito importante, para que os professores pudessem enfrentar as complexidades cotidianas referentes à sua prática no contexto das TIC.
Com base nessas observações, inferimos que as experiências ocorridas a cada professor, proporcionadas por meio do Curso de Extensão, propiciaram influências na prática do professor, pois eles se deixaram “tocar” pelas TIC, por meio dos Blogs. Segundo Larrosa (2002, p.21), “a experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que passa não o que acontece, ou o que toca. A cada dia se passam muitas coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada nos acontece”.
Assim, as compreensões sobre os aspectos referentes a esta pesquisa(*) apontam que outras investigações podem ser realizadas focando outros aspectos não abordados nesta investigação, como por exemplo: Como trabalhar a resolução de problemas por meio de Blogs; softwares matemáticos interligados com Blogs; Como administrar o tempo do professor e o tempo dedicado à atualização do Blog; Explorando o Blog como Plataforma EaD, entre outras investigações com Blog e outras redes sociais.